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“É com a maior satisfação que venho anunciar a declaração de vintage para dois vinhos excepcionais: Quinta do Noval Vintage Nacional 2020 e Quinta do Noval Vintage 2020”. Foi assim que Christian Seely, diretor-geral da Quinta do Noval, comentou nesta semana a decisão da vinícola em declarar que os vinhos do Porto da safra 2020 merecem o status de Vintage. “O ano de 2020 foi quente e seco, com um período longo de maturação que culminou numa vindima precoce com uvas maduras no início de setembro. Os vinhos resultantes são extremamente ricos e intensos, encorpados, sedosos e com uma grande densidade. A estrutura tânica é imensa mas com uma notável elegância”, acrescenta Seely.
Um produto mais que especial, o Vinho do Porto Vintage não é produzido todos os anos, apenas em safras excepcionais. Trata-se de um vinho de uma só colheita (cuja safra é impressa no rótulo), selecionado, portanto, entre os melhores sumos extraídos das melhores parcelas dos vinhedos das vinícolas produtoras de Vinho do Porto. Esse sumo repousa em barricas durante dois anos, no mínimo, até que o enólogo degusta amostras às cegas e avalia se merece ser engarrafadas como um Vintage. Tais amostras de vinho são remetidas ao Instituto do Vinho do Porto (IVDP), que confirma ou não se aquela safra pode ser considerada Vintage.
No caso da Quinta do Noval (cujos vinhos são importados no Brasil pela Adega Alentejana), a colheita 2020 foi muito curta, encerrando-se em 22 de setembro, o que é incomum. O tempo para escolher o momento certo para colher cada parcela também foi muito reduzido e a capacidade dos três centros de vinificação em lagares foi utilizada totalmente. O Porto Vintage Nacional 2020 exibe complexidade e profundidade. Já o
Quinta do Noval Vintage apresenta um estilo concentrado e intenso, mas mantém a pureza e o frescor do vale do Pinhão, região no Douro onde os vinhos da Noval são feitos.
Outra vinícola que já havia declarado a safra 2020 como Vintage foi a Sogevinus, que produz os portos Burmester (disponível na Wine.com), Cálem (importado pela Todovino), Barros e Kopke (importado pela Domno). Apesar das dificuldades impostas pela pandemia e pelas mudanças climáticas – como a baixa produção no ano em termos de quantidade –, a safra de 2020 resultou em vinhos de qualidade. Segundo o enólogo Carlos Alves, “a safra foi precoce e curta, num dos anos mais desafiantes”. Para ele, os vinhos apresentam aromas frescos e limpos, tanino fino e muita elegância.
Enquanto isso, segue a expectativa para que outras casas também declarem a safra 2020 como Vintage.