Um passeio pela serra

Fotografia: Ricardo Garrido
Alexandre Lalas

Alexandre Lalas

 

Desbravamos o Vale dos Vinhedos, Caminhos de Pedra e Pinto Bandeira em visitas a produtores de tamanhos, visões, objetivos e estilos diferentes. Um pequeno retrato do grande potencial que a região tem para produzir vinhos de qualidade inquestionável e classe mundial indiscutível.

 

Na segunda metade do século 19, a primeira leva de imigrantes italianos chegou à Serra Gaúcha. Boa parte destas famílias, tão cansadas da exaustiva viagem quanto repletas de sonhos vibrantes, foi morar em casas construídas de pedra basalto e rejuntadas com palha, estrume de animais e barro. Com o tempo, estas casinhas foram saindo de moda. Símbolo de pobreza, eram pouco a pouco escondidas, a medida em que o progresso econômico chegava à região. Muitas eram rebocadas e pintadas, para disfarçarem a origem humilde que traziam nas fundações.

 

Até que o empresário do turismo Tarcísio Michelon, dono de hotéis na região, percebeu, pouco mais de 100 anos depois da chegada dos primeiros imigrantes, que aquelas casas de pedra eram uma possibilidade real e viável para resgatar não apenas parte da história, mas também da auto estima dos moradores da região. E várias destas casas foram recuperadas, algumas transformadas em museus, outras apenas abertas à visitação. E estes Caminhos de Pedra que os imigrantes seguiram e ergueram está hoje ao alcance de quem visita a Serra Gaúcha.

 

E é justamente em Caminhos de Pedra que está também a Era dos Ventos. Se existe uma vinícola no Brasil que efetivamente atingiu o status de Cult Winery, esta é a Era dos Ventos. Os vinhos que Luiz Henrique Zanini e Álvaro Escher fazem em uma pequena adega que mais parece saída de um filme de época com uvas saída de vinhas em acentuado declive, assentadas em solo basáltico, numa altitude de 630 metros, são tão falados quanto raros.

Pudera: a produção é mínima. E a demanda, elevada. Embora sejam muitos os rótulos, um vinho em especial chama a atenção. O Era dos Ventos Peverella é quase uma síntese da história da vinícola. A uva originária do norte italiano, cuja origem é cheia de controvérsia e diferentes versões e possibilidades, chegou ao Brasil junto com os imigrantes italianos. Foi bastante popular até meados do século passado. Mas com a chegada das multinacionais com as respectivas variedades francesas na bagagem, foi sumindo, sumindo a ponto de quase desaparecer.

 

Não fosse o furdunço causado pelo Era dos Ventos Peverella, talvez a variedade tivesse mesmo sido extinta na Serra Gaúcha. Mas o fato é que a aposta no resgate, na história e na tradição feita pela dupla Zanini e Escher deu resultado quase imediato. O momento em que o Peverella surgiu ajudou.  O vinho foi feito como antigamente. As uvas passavam por longa maceração e estágio em madeira velha. A cor âmbar imediatamente remetia aos vinhos laranja, que apareciam com força no cenário mundial, capitaneados pelo talento e força do italiano Josko Gravner. Embora sejam vinhos completamente diferentes, impossível não traçar nenhum tipo de comparação entre Gravner e o Era dos Ventos Peverella. A cor, a precisão técnica na elaboração, o respeito a técnicas ancestrais de produção. São muitos pontos em comum. Tanto que, apresentado ao Peverella em uma degustação em Ipanema, no Rio de Janeiro, em 2015, Gravner elogiou o que provava.

Não foi apenas o produtor italiano que gostou do que bebeu. Uma grande quantidade de sommeliers e enófilos espalhados pelo Brasil começaram a querer o vinho. A produção, pequena, esgotou rápido. Mas acabou chamando a atenção para os outros rótulos da Era dos Ventos.  E pouco a pouco, foram ganhando espaço o Merlot, o Tempranillo, o Teroldego, o Trebbiano, os espumantes. A família cresceu com outros experimentos e ensaios de Zanini e Escher. E aos poucos foi se consolidando.

 

Mas basta conversar com os produtores para saber que desde o nascedouro a Era dos Ventos foi pensada para ser mais do que apenas uma vinícola. “Queríamos fazer um resgate de várias coisas. Cultural, na medida em que buscávamos métodos de produção e variedades de uvas semelhante ao que os imigrantes faziam e tinham a disposição; mas também queríamos fazer um resgate pessoal nosso, uma espécie de reconexão com tudo que acreditamos” filosofa Zanini. 

 

“A Era dos Ventos surgiu espontaneamente. Não é um projeto vitivinícola, é um projeto de arte, poesia em que o vinho fez parte. É um pouco a tradução da terra, do homem e da poesia. Quando a gente trabalha com verdade e acredita nela, a gente se incorpora e se alimenta disso pra vida. O sucesso da Era dos Ventos é o reconhecimento dessa verdade, cheia de filosofia e poesia, que acreditamos. 

 

Não muito longe dali, em Pinto Bandeira, Marina e Israel Santos se dividem entre as vinhas e a cozinha. O casal é dono de uma vinícola, a Vinha Unna, e um bistrô, o Champenoise. Para os dois, o desembarque no mundo da agricultura e da gastronomia significou uma profunda mudança na vida.

Israel e Marina se conheceram na cidade onde ela morava. Ele, um engenheiro de produção que atuava no setor hoteleiro. Ela, profissional da área de turismo. Apaixonaram-se, casaram-se e foram morar na terra dele, em Flores da Cunha. Foi com Israel que Marina começou a beber vinhos. A partir desta mudança de cidade, pouco a pouco começou a amadurecer em ambos um forte desejo de mudar também de estilo de vida. A ideia era começar um projeto ligado à terra, no qual ambos pudessem viver como agricultores. Até que a vontade ganhou do juízo, e o casal vendeu o que tinha para comprar uma propriedade em Pinto Bandeira. “Quando viramos a vida pelo avesso, encontramos em Pinto Bandeira um pouco destas memórias de infância que nos deu motivação para recomeçar”, recorda Israel.

 

O diabo é que nenhum dos dois tinha vivência ou experiência de agricultor. “Nem alface pegava”, lembra Marina. Não houve jeito: Israel continuou a trabalhar como engenheiro. Era preciso pagar as contas. E Marina foi estudar. Fez faculdade de enologia, curso de sommelier. Começou a frequentar congressos e palestras. Numa delas, foi apresentada ao conceito de biodinâmica. E se interessou por aquilo. “Fui a um congresso em Florianópolis onde estava René Piemonte, que dava consultoria, entre outras, à chilena Emiliana. “Quando provei os vinhos, me senti como se eu entrasse dentro da garrafa, eles eram profundos, havia camadas que eu nunca tinha acessado, bem diferentes de tudo o q eu estava provando”, lembra.

 

A partir daí foi tudo estudo e conhecimento. Marina estranhou em um primeiro momento os protocolos da biodinâmica, mas bastou ir ao Chile, ao campo, e ver o que estava a ser feito nas vinhas para perceber a conexão entre a filosofia e a terra, de modo prático. Paralelamente, começou a fazer pequenos experimentos, ainda na faculdade. Quando fez duas microvinificações, uma de Cabernet-Sauvignon e outra de Gewurtztraminer (e ficou satisfeita com o resultado), aí sim Marina percebeu que era a hora de ir à luta. Israel enfim largou o trabalho e os dois arrancaram de vez o caminho para o sonho de ambos. 

 

A ideia era ser sustentável desde o início. Marina foi fazer vinhos. E Israel, foi pra cozinha. “Tudo sempre começou na terra. Sempre adorei cozinhar. Mas quando fui fazer faculdade, a gastronomia não era uma profissão viável, ao contrário do que é hoje”, diz Israel. Autodidata, o chef acredita que a herança italiana ajudou a moldar o seu perfil gastronômico. Os grandes almoços com a família, os produtos frescos apanhados na horta, fazem parte da construção da identidade de Israel. “A minha cozinha vem da inspiração de ter o pé na terra, na horta. Minha forma de expressão, a maneira como vejo as coisas. Estar na horta é um momento de inspiração”, garante.

E assim, o projeto foi se consolidando. E Marina e Israel sabiam onde queriam chegar. “Fomos trabalhando ao longo dos anos a biodinâmica, resgate das variedades. Além da sustentabilidade, falar da identidade, da valorização do que temos aqui”, diz Marina. “A gente precisa entender o que estamos fazendo na viticultura para fazer grandes vinhos. Queremos produzir bem, entender o que temos, as dificuldades que surgem até a colheita. Nosso maior investimento em tecnologia é nos baldes que trocamos todos os anos”, acredita. 

 

Mas talvez a grande virada tenha acontecido em uma prova na Enoteca Saint-Vincent, templo do vinho natural em São Paulo. Na casa comandada por Lis Cereja, Marina apresentou os vinhos. Quando perguntado pelo sommelier da casa qual seria o preço de venda, titubeou. “Eu nem tinha precificado nada”, conta. “Ficamos naquele impasse até que o Leo (o sommelier da Enoteca) sugeriu que eles anotassem os pedidos, passassem o cartão e depois eu enviaria os vinhos e eles repassariam o dinheiro”, lembra. Só que as coisas não correram exatamente como Marina pensava. “Aí o Leo chegou com uma pilha de pedidos. Quando eu vi, não eram de garrafas, mas de caixas! Eu não tinha nem produção pra tudo aquilo. Foi uma vergonha, tivemos que devolver bastante dinheiro”, se diverte.

 

O recado estava dado. O vinho havia agradado e caído de forma quase instantânea no gosto do público ao qual ele era destinado. E de lá pra cá, a Vinha Unna só fez crescer e aparecer. Hoje, Marina e Israel, muito mais seguros e confiantes, só tendem a evoluir. E justamente em busca de um maior aprendizado é que o casal, junto com os filhos Leona e Benjamim, estão de malas prontas para uma temporada sem duração definida no Jura, na França.

 

Mas nem a Vinha Unna e nem o Bistrô Champenoise encerram as atividades. Sempre que possível, ambos virão ao Brasil. Marina garante que estará em todas as colheitas e nos momentos em que a Vinha Unna precisar dela. Israel também volta e meia fará temporadas na cozinha do bistrô.

 

Enquanto isso, entre São Paulo e o Vale dos Vinhedos, Jane e Flávio Pizzato, irmãos de Ivo, filhos de Plínio e netos de Giovanni, são responsáveis, respectivamente, por marketing e vinhos da família. Produtores de uva desde que o pioneiro Antônio chegou com a imigração italiana em fins do século 19, a família Pizzato deu o passo adiante em 1999. No apagar das luzes do século 20, decidiram transpor a fronteira que separa os viticultores dos produtores de vinho. Nascia ali, uma das mais consistentes e interessantes vinícolas brasileiras.

 

E como toda boa história que se preze, o talento acaba por encontrar a oportunidade em um golpe, se não de sorte, mas do acaso. Quase como uma coincidência feliz. O primeiro vinho lançado pela família, o Pizzato Merlot 1999 chegou ao mercado quase ao mesmo tempo que o primeiro guia de vinhos brasileiros lançado no nascer dos anos 2000. Esta é a coincidência. As surpresas do acaso. O golpe de sorte. O resto, é competência. Fato é que o Pizzato Merlot, o vinho de estreia da recém-lançada vinícola, foi eleito o melhor do país, para o pioneiro Guia.

De lá pra cá, a Pizzato subiu feito foguete. O portfólio cresceu, a vinícola apareceu ainda mais e se consolidou como uma das principais do país. Claro que não foi apenas a notável qualidade e consistência dos rótulos da empresa que aceleraram esta subida. Estar no lugar certo, na hora certa, mais uma vez, ajudou. O crescimento do Vale dos Vinhedos enquanto destino turístico foi um fator importante. “O enoturismo nos ajudou e ajuda muito. Os visitantes vêm até a região, provam os vinhos, gostam, compram, levam pra casa e assim acabam por espalhar a boa fama dos rótulos que fazemos aqui”, avalia Flávio. 

 

Outro fator a explicar o sucesso da vinícola é a estratégia de marketing e posicionamento da empresa. Jane Pizzato cuida deste tema no mercado brasileiro. A capacidade de construir a marca faz com que a vinícola pareça ser muito maior do que efetivamente é. Mérito de quem soube e sabe entender o mercado, mesmo em tempos tão complicados quanto os atuais. “Precisamos dar confiança ao consumidor, e isso vem com qualidade e consistência. É isso que buscamos”, explica Jane.

 

Em relação à capacidade de adaptação que a Pizzato teve durante as condições completamente excepcionais que vivemos em 2020, Jane foi rápida em apostar nos canais digitais. Deu certo, não houve quebra nas vendas, muito pelo contrário. E ela crê que o digital veio para ficar. “Quando as pessoas se submetem a uma experiência e aquilo dá certo, a tendência é que a experiência se torne hábito. Acho que isso acontecerá com a compra online de vinhos. Uma das heranças da pandemia no mercado deverá ser essa consolidação dos canais digitais de venda de vinho”, aposta.

 

Mas, como todas as histórias, infelizmente há sempre o momento da perda. Da tristeza inexplicável. Da dor inconsolável. Na Pizzato, a tragédia sofrida com a morte precoce em um acidente de Ivo Pizzato deixou fundas marcas em toda a família (e no setor). Mas nem tamanha tragédia foi capaz de frear a ascensão da vinícola. Até porque a figura de Ivo está presente nos vinhos que saem da adega da vinícola. Na terra onde tantas vezes ele pisou, nas vinhas que em tantos anos podou. Nos sonhos e na marca que ajudou a construir, Ivo vive. E viverá enquanto houver vinho da Pizzato para brindar, beber e celebrar.

 

 

VINHOS PROVADOS:

ERA DOS VENTOS:

 

ERA DOS VENTOS ESPUMANTE PEVERELLA

Brasil/ Caminhos de Pedra/ Espumante

Elaborado com 20% de uvas Peverella de apassimento da safra 2011 (desidratadas) e 80% de Peverella da safra 2017, de vinhedo dos Caminhos de Pedra. Dois anos de autólise. Baixas doses de SO2. Vinho base, fermentado e macerado conforme vinificação tradicional do Peverella tranquilo. Amarelo escuro, tendendo para o âmbar. Intenso no aroma, damasco maduro, carambola, notas de chocolate branco. Na boca, intenso, refrescante, nuances cítricas e florais. Uma grande amostra de estilo, um espumante especial, como quase tudo no catálogo desta vinícola - 94

 

ERA DOS VENTOS MOSCATO 2020

Brasil/ Caminhos de Pedra/ Branco

Um vinho perfumado com notas florais e seco, tremendamente seco, com um corpo impressionante. Refrescante, pronto para beber já. – 88

 

ERA DOS VENTOS TREBBIANO ON THE ROCKS 2019

Brasil/ Caminhos de Pedra/ Branco

Este branco já é um clássico da Era dos Ventos. Feito com a trebbiano, é uma homenagem ao basalto que domina a Serra Gaúcha. Ácido, vibrante, salgado, abusado, vibra como um riff de Keith Richards – 91

 

ERA DOS VENTOS CLARETE 2019

Brasil/ Caminhos de Pedra/ Rosé

Feito com todas as uvas da Era, este primeiro clarete da vinícola veio, como não poderia ser diferente, para bagunçar o coreto. Não espere um vinho fácil, delicado, macio. É bem o oposto disso: acidez lá alto, agudo, iconoclasta. Um clarete tenso, quase desconfortável, que fascina justamente por esse motivo – 88

 

ERA DOS VENTOS PEVERELLA 2016

Brasil/ Caminhos de Pedra/ Branco

Clássico da Era dos Ventos, essa versão do Peverella está um primor de equilíbrio. Tem a firmeza e a tensão de sempre, aliadas a uma densidade e a um volume que impressionam. Um vinho que se revela na boca e que a cada gole parece fornecer mais e mais informações – 94

 

ERA DOS VENTOS PEVERELLA 2017

Brasil/ Caminhos de Pedra/ Branco

Cor intensa alaranjada, é um branco impecável, firme, maduro, de acidez cortante, de camadas e camadas de sabores. Uma estrutura intensa, um grande vinho. – 96

 

 

PIZZATO:

 

PIZZATO VERTIGO 2017

Brasil/ Vale dos Vinhedos/ Espumante

Mousse cremosa, nariz com notas de pão e levedura. Na boca é tenso, agudo, com acidez firme e um leve toque de limão - 88

 

PIZZATO NATURE 2016

Brasil/ Vale dos Vinhedos/ Espumante

Embora semelhante ao Brut, há aqui sutis diferenças. Um pouco mais de intensidade no nariz, um leve toque floral soma-se às notas de pão e leveduras. Na boca, o fato de ser mais seco realça o lado cítrico e deixa o espumante ainda mais agradável na prova - 89

 

FAUSTO MERLOT 2019

Brasil/ Serra Gaúcha/ Tinto

Tinto de perfil leve, bastante focado na fruta fresca. Sem grandes pretensões além de ser fácil e agradável de provar. Beba sem complicações - 82

 

FAUSTO TANNAT 2018

Brasil/ Serra Gaúcha/ Tinto

Muita fruta preta no nariz; Na boca, taninos firmes, acidez correta, num tinto com pouca dimensão, um final de persistência média e com alguma fruta - 83

 

PIZZATO MERLOT 2018

Brasil/ Vale dos Vinhedos/ Tinto

Nariz limpo, com boa fruta. Na boca, tem taninos secos médio corpo, boa acidez, fruta - 84

 

PIZZATO NERVI TANNAT 2017

Brasil/ Vale dos Vinhedos/ Tinto

Boa profundidade aromática, intenso, grafite, cinza. Na boca, taninos firmes, acidez presente, boa dimensão, alguma profundidade. Final seco e com alguma tensão - 88

 

PIZZATO SANGUE DE VERDADE EGIODOLA 2017

Brasil/ Vale dos Vinhedos/ Tinto

A grande curiosidade deste vinho é a uva com a qual é feito: a egiodola. Fora o ineditismo da rara cepa, temos um vinho um tanto quanto agressivo. No nariz, frutas de bosque e um toque de canela. Na boca, os taninos firmes e de grão grosso parecem precisar de uma acidez mais firme para que o equilíbrio venha, nem que seja pelos excessos. Também falta-lhe um pouco de corpo e uma melhor estrutura - 79

 

PIZZATO ALICANTE BOUSCHET 2018

Brasil/ Vale dos Vinhedos/ Tinto

Temos aqui um alicante de boa estirpe, que não nega a força que têm os bons alentejanos feitos com a cepa. Nariz com muita fruta negra ácida. Encorpado, com o volume e a musculatura usual da uva, suportados por uma acidez firme e taninos bem trabalhados - 90

 

PIZZATO CONCENTUS 2018

Brasil/ Vale dos Vinhedos/ Tinto

Ainda carece de melhor integração da madeira com a fruta, mas surge promissor, trazendo alguma fruta preta com um toque de especiarias doces. Boca interessante, com taninos firmes, alguma profundidade, acidez correta e final longo - 89

 

PIZZATO DNA 99 MERLOT 2015

Brasil/ Vale dos Vinhedos/ Tinto

Vinho bem construído que traz nariz limpo com toques bem marcados de frutas vermelhas e pretas, evolução para canela e chocolate. Na boca, os taninos estão macios, a acidez bem colocada, a fruta vem em camadas e o final é agradável e razoavelmente longo - 92

 

 

VINHA UNNA:

 

TERROIR ANCESTRAL 2017

Brasil/ Pinto Bandeira/ Branco

Cofermentação de moscato antigo com 20% de peverella, com dois anos de contato com as cascas. Branco de classe, explosivo, com excelente acidez, lado cítrico muito forte (toranja, limão), fim de boca com leve toque salgado – 92

 

LUNAÇÕES EDIÇÃO ESPECIAL PERPÉTUA FINAL

Brasil/ Pinto Bandeira/ Branco

Uma das fantásticas experimentações de Marina Santos, esta é a edição final desta perpétua. Um toque bem marcado de limão galego no nariz. Na boca, é cheio de camadas, multidimensional com uma acidez elétrica e um final bem longo – 94

 

NUA CHARDONNAY 2018

Brasil/ Pinto Bandeira/ Branco

Branco macerado, estilo vinhos âmbar, com bastante personalidade e caráter. Acidez cortante, agudo, intenso, com um lado selvagem muito bem conseguido. Agrada em cheio aos fãs do gênero – 90

 

LUMINA RIESLING RENANO 2017

Brasil/ Pinto Bandeira/ Branco

Bastante limpo no nariz, com notas de frutas como pêssego e damasco, além de um toque floral e evolução para flor de laranjeira. Equilibrado e delicado na boca, com acidez precisa, nervo e um final limpo e longo - 90

 

VÓRTICE 2017

Brasil/ Pinto Bandeira/ Espumante

Pet Nat feito com a chardonnay, notas de fruta madura, com excelente boca, com muito mais densidade, volume e cremosidade do que a média encontrada no mercado nacional. Um pet nat a sério, longe do estilo “suquinho” tão comuns por aqui – 91

 

AS BACCANTES CABERNET FRANC 2016

Brasil/ Pinto Bandeira/ Tinto

Cabernet franc de maceração carbônica, toque de cereja e tutti-frutti no nariz, com evolução para cogumelos e pimenta preta. Bem fresco, algo inquieto na boca, vibrante e, acima de tudo, muito gostoso de beber – 90

 

EVOÉ PINOT NOIR 2016

Brasil/ Pinto Bandeira/ Tinto

Pinot cheio de caráter, com notas bem marcadas de alcaçuz. Leve, macio, com boa presença de boca, delicado, final com ligeiro e agradável amargor – 89

 

CAIXA DE PANDORA 2018

Brasil/ Pinto Bandeira/ Tinto

O vinho tem cor de Amarone, nariz de Amarone. Mas na boca, o registro é outro. A primeira sensação que vem na boca, é a acidez vibrante. É tenso, expressivo, cheio de assunto. Parece que temos uma geleia de cassis com flor de sal – 92