Uma queda esperada

Fotografia: reprodução da internet
Alexandre Lalas

Alexandre Lalas

As exportações de cachaça em 2020 caíram 23,9% em relação a 2019. O Brasil exportou ano passado 5,57 milhões de litros da bebida, contra os 7,33 milhões de litros do ano anterior. Em valor, a queda foi ainda mais acentuada. Em 2020, foram vendidos para o exterior US$ 9,5 milhões em cachaça, contra os US$ 14,6 milhões de 2019, uma queda de 34,8%. Os dados são com do Comex Stat, compilados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça – IBRAC.

 

O resultado era esperado, muito em função da pandemia que assolou (e ainda assola) o mundo. Com bares fechados em boa parte do planeta, a demanda por destilados caiu de uma forma geral. Mas ainda assim, há números que merecem comemoração e podem até indicar uma futura retomada, quando as coisas começarem a voltar ao normal. Alguns mercados com potencial estratégico para expansão registraram aumento nas vendas, com pandemia e tudo. Casos de Alemanha e França, países onde as exportações de cachaça cresceram 2,74% e 24,53%, respectivamente, em volume; e 6,44% e 9,45% respectivamente, em valor.

 

Para Carlos Lima, diretor executivo do IBRAC, 2020 foi um ano desafiador, mas este crescimento na Alemanha e na França dá margem a algum otimismo. E o cenário tende a ficar ainda mais animador por conta de novas ações de promoção no setor que estão programadas para 2021. Entre as iniciativas, Carlos destaca a a parceria do Instituto Brasileiro da Cachaça com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), além da renovação do Projeto "Cachaça: Taste the New, Taste Brasil", com ações que incluem rodadas de negócios, participação em feiras internacionais e eventos com jornalistas e formadores de opinião.

 

"A Cachaça é uma bebida cuja história se confunde com a do próprio Brasil e com qualidade comparável a dos grandes destilados que são produzidos internacionalmente. Os bons resultados apresentados em alguns mercados e o potencial da bebida no cenário externo, reforçam a importância das ações de promoção internacional da Cachaça para a abertura de novas oportunidades para um segmento que envolve produtores que vão desde micro, pequenas, médias até grandes empresas, distribuídos por diversas regiões do país", explica Carlos Lima.

 

O novo convênio prevê investimentos de R$ 3,4 milhões, e estima apoiar mais de 50 empresas de todos os portes, até o final de 2022. O objetivo é ampliar a base exportadora, além de aumentar o valor das exportações de cachaça. O projeto vai trabalhar inicialmente os mercados prioritários como Alemanha, Estados Unidos, França, México, Reino Unido, Itália e Chile, e como mercados secundários, Bélgica e Suíça.