Haja Panettone!

Fotografia: Divulgação
Miguel Icassatti

Miguel Icassatti

Gotas de chocolate, massa com fermentação natural, crosta ou farofa de amêndoas, doce de leite e até pão de mel. E frutas cristalizadas, é claro. Entre ingredientes clássicos e outros mais novidadeiros, as receitas de panettone disponíveis no mercado brasileiro se reinventam a cada temporada natalina. Neste Natal de 2020, em que a produção artesanal de panettone dá as cartas, as marcas industriais chegam também com novidades.

 

Um exemplo é o Panettone Ovomaltine, da Brasil Cacau. Com 775 gramas, leva gotas de chocolate ao leite, recheio de Ovomaltine, cobertura 100% de chocolate ao leite e um sachê de flocos crocantes de chocolate para polvilhar sobre a cobertura (foto abaixo). O preço sugerido é de 64,90 reais.

 

Disponível nas em cinco unidades da pizzaria Bráz, nas duas casas Bráz Quintal e na Bráz Trattoria – além os respectivos serviços de delivery para São Paulo –, o Panettone Bráz é vendido em uma bela lata vermelha com detalhes em dourado. A receita tem como base uma massa de fermentação natural molhadinha e recheio de gotas de chocolate e laranja cristalizada. Para finalizar, uma farofinha adocicada de amêndoas cobre o quitute. Com 1 quilo, custa 82 reais.

 

Importados da Itália, os panettones La Pastina estão no mercado em três sabores: gianduia, prosecco e gotas de chocolate (139 reais cada um, com 750 gramas). Um destaque comum a todos é a massa de sabor e coloração acentuados, decorrentes do uso de ingredientes como óleos cítricos essenciais, água e açafrão.

 

A Casa Santa Luzia (www.santaluzia.com.br), por sua vez, apresenta cinco sabores de panettone, todas produzidas com farinha especial, gemas de ovo caipira e longo processo de fermentação – ao todo, a produção leva 36 horas. Chama atenção o Panettone Artigianale all’arancia e prosecco, desenvolvida pelo confeiteiro e pizzaiolo italiano Raffaele Mostaccioli, e feita com laranja confitada durante 6 horas, fava de baunilha e prosecco. Custa 120 reais (700 gramas).

Assinado pelo restaurateur Massimo Ferrari, o Panettone Felice e Maria (1 quilo, 148 reais, informações em www.felicemaria.com.br) não faz concessões.  Trata-se, aliás, de uma receita desenvolvida pela mãe do restaurateur e cuja primeira edição, em 2019, foi esgotada semanas antes do Natal. A massa, deliciosamente úmida, é fermentada naturalmente. O recheio compõe-se somente de frutas cristalizadas e uma crosta açucarada de amêndoas.

 

No Rio de Janeiro, o Tragga (contato@tragga.com.br), famoso pela parilla argentina, preparou uma versão de panettone em que a estrela é o doce de leite. Feito de forma artesanal, com ingredientes de qualidade, a receita leva nozes, uva passas e um cremoso recheio de doce de leite pra lá de generoso. Para finalizar, cobertura de chocolate e farofa de amêndoas (1Kg R$89).

 

Criatividade não faltou para Yeda Souza, a médica, responsável pelas receitas autorais do Miamor Atelier (@miamor_atelier). Para o final de ano, ela apostou num Panettone de Pão de Mel recheado de Doce de Leite Artesanal (500g, R$50). Os pães de mel de Yeda deixaram boquiabertos o humorista Fabio Porchat.

O Coltivi (rio@coltivi.com) apostou em um panettone a quatro mãos. Meguru Baba, o chef da casa, em parceria com o colega Riccardo Mangione, desenvolveu dois panettones para o fim de ano. O Dois Chocolates (1kg, R$ 135, foto acima) e o Clássico, com frutas cristalizadas (1kg, R$115), como reza a mais pura das tradições, cuja origem, aliás, tem várias versões.

 

A mais aceita diz que o panettone foi inventado em Milão, norte da Itália, no século XV. Um jovem de família teria se apaixonado pela filha de um padeiro. Disfarçou-se de aprendiz de padaria e conseguiu um trabalho junto ao pai da garota. Para impressionar o patrão, criou uma receita de pão a partir de um processo de fermentação diferente, recheou com frutas e modelou-o de modo a simular a cúpula de uma catedral. Receita aprovada, o jovem padeiro deu o crédito ao pai da moça, um tal sr. Toni. Em pouco tempo, ficou conhecida como “pane del Toni” (pão do Toni, em tradução livre), até ganhar a alcunha de panettone. E, sim, Toni concedeu a mão da filha ao jovem e nobre aprendiz.