Aquisições no mundo do vinho

Movimentações recentes aconteceram na França, na Nova Zelândia e na Espanha

Fotografia: Divulgação
Marcel Miwa

Marcel Miwa

Um dos maiores nomes do vinho no Rhône, na França, a Família Guigal anunciou a compra do Château d’Aquéria, em Tavel (sul da região). Conhecida pelos vinhos rosés, a área já era trabalhada por Guigal mas para o rótulo de négociant (uvas compradas de terceiros). O Château d’Aquéria possui 68 hectares de vinhedos, dos quais 40,4 hectares estão em Tavel e o restante na denominação vizinha, Lirac.

Os vinhedos estão com idade média de 50 anos e os vinhos devem permanecer com o nome do château. A aquisição é mais um passo da família Guigal em direção ao sul do Rhône, onde, em julho de 2017, o grupo também comprou o Domaine de Nalys, uma propriedade histórica em Châteauneuf-du-Pape.

Nova Zelândia

Já na Nova Zelândia, a gigante Edmond de Rothschild Heritage – lado da família Rothschild proprietária do Château Clarke, Macán (em Rioja, com Vega-Sicilia) e Flecha de los Andes (em Mendoza), entre outras – anunciou a compra da vinícola Akarua, em Central Otago, sul do país. Trata-se da segunda aquisição do grupo na Nova Zelândia, que já controlava a marca Rimapere, com produção concentrada em Marlborough. Akarua possui 34,5 hectares de vinhedos, o que a posiciona como a maior vinícola familiar de Otago, plantados em 1996 com predomínio da Pinot Noir e parcelas menores com Chardonnay e Riesling.

Os vinhedos estão plantados no setor conhecido como Bannockburn, aos pés das montanhas e com solos de origem coluvial argilo-calcários; um terroir reconhecidamente vocacionado para a Pinot Noir.

Espanha

E após inúmeras especulações sobre qual seria o vinho branco dos icônicos projetos de Vega-Sicilia, a família Alvarez anunciou a compra de 24 hectares de vinhedos em Rías Baixas (em diferentes povoados), na Galícia. Após testar a produção de brancos em Rioja (em Mácan), que nunca chegou a ser comercializado, Vega-Sicilia está investindo 20 milhões de euros na construção da vinícola Deiva, em Crecente, zona muito próxima de Melgaço, zona do Minho, em Portugal, conhecida pela expressão da Alvarinho.

O foco estará na Albariño e ao menos dois vinhos já estão batizados: Deiva, amadurecido por dois anos, e Arnela, amadurecido por três anos. Ambos os rótulos devem ser lançados em 2025.

O grupo Tempos Vega Sicilia possui, além de Vega e Alión em Ribera del Duero, Pintia em Toro, Macán em Rioja, Oremus em Tokaj (Hungria) e agora Deiva na Galícia.