“A nossa história começa no vinho mas não termina no vinho”, disse Alexandre Bratt, CEO da Víssimo Group, em um jantar informal para a imprensa na noite de terça-feira, 24 de maio, em que apresentou detalhes, planos e números da marca corporativa que abriga a importadora Grand Cru e a plataforma de e-commerce Evino.
A frase de Bratt é uma clara menção ao fato de que o Víssimo Group dará passos em a busca de oportunidades de negócios que vão além da importação e venda de vinhos. De acordo com Bratt, 20% dos itens à venda nas plataformas Grand Cru e Evino atualmente já são produtos gourmet. Da mesma forma, o anglicismo que completa o nome da empresa – Group – demonstra a meta de levá-la para fora do Brasil.
Para os clientes acostumados a lidar com a Grand Cru e a Evino, porém, nada muda em termos de marca e posicionamento: ambas seguem no mercado, com a oferta de vinhos para segmentos distintos. E isso ficou claro quando o co-fundador da Evino, Ari Gorenstein, que hoje mantém-se no conselho do Víssimo Group, descreveu a distribuição dos diversos rótulos da vinícola argentina Nieto Senetiner, que passam a ser importados exclusivamente pela companhia: os vinhos de entrada, das linhas Benjamin e Fran estarão a cargo da Evino, tanto no digital quanto no varejo. Já os rótulos de média gama que levam a marca Nieto Senetiner estarão à venda tanto na Grand Cru como na Evino, em diferentes plataformas, enquanto a linha Emilia/Cmila e os de alta gama da vinícola, representada pelas marcas Don Nicanor, Nieto Patrimonial e Cadus, ficarão disponíveis pela Grand Cru.
Ou seja, a união de uma empresa, nas palavras do CEO, “tradicional” como a Grand Cru, com outra “moderna”, a Evino, gera a oportunidade de atingir todos os canais de venda, assim como diferentes públicos, com propostas bem focadas a cada segmento. “Somos a única empresa do setor verdadeiramente multicanal”, diz Alexandre Bratt.
Embora, hoje, 60% do faturamento venha das vendas nas plataformas digitais e apenas 14% venha do varejo e do segmento B2B, é possível prever que essa balança fique mais equilibrada no médio e longo prazos. Isto por que a Evino, por exemplo, que foi fundada em 2013, ganhará no segundo semestre sua primeira loja física em São Paulo e deve expandir-se no modelo de franquia, o mesmo que rege o modelo de operações da Grand Cru, que conta hoje com 127 lojas no país, das quais apenas 17 são próprias. Dessa forma, a Víssimo espera fechar 2022 com 160 pontos de venda físicos. Para este ano, aliás, o grupo projeta faturar 800 milhões de reais, ante os 700 milhões aferidos em 2021. Nada mau.