Víssimo Group quer faturar R$ 800 milhões em 2022

Planos e números da empresa que resulta da fusão da Evino com a Grand Cru são apresentados em São Paulo

Miguel Icassatti

Miguel Icassatti

“A nossa história começa no vinho mas não termina no vinho”, disse Alexandre Bratt, CEO da Víssimo Group, em um jantar informal para a imprensa na noite de terça-feira, 24 de maio, em que apresentou detalhes, planos e números da marca corporativa que abriga a importadora Grand Cru e a plataforma de e-commerce Evino.

A frase de Bratt é uma clara menção ao fato de que o Víssimo Group dará passos em a busca de oportunidades de negócios que vão além da importação e venda de vinhos. De acordo com Bratt, 20% dos itens à venda nas plataformas Grand Cru e Evino atualmente já são produtos gourmet. Da mesma forma, o anglicismo que completa o nome da empresa – Group – demonstra a meta de levá-la para fora do Brasil.

Para os clientes acostumados a lidar com a Grand Cru e a Evino, porém, nada muda em termos de marca e posicionamento: ambas seguem no mercado, com a oferta de vinhos para segmentos distintos. E isso ficou claro quando o co-fundador da Evino, Ari Gorenstein, que hoje mantém-se no conselho do Víssimo Group, descreveu a distribuição dos diversos rótulos da vinícola argentina Nieto Senetiner, que passam a ser importados exclusivamente pela companhia: os vinhos de entrada, das linhas Benjamin e Fran estarão a cargo da Evino, tanto no digital quanto no varejo. Já os rótulos de média gama que levam a marca Nieto Senetiner estarão à venda tanto na Grand Cru como na Evino, em diferentes plataformas, enquanto a linha Emilia/Cmila e os de alta gama da vinícola, representada pelas marcas Don Nicanor, Nieto Patrimonial e Cadus, ficarão disponíveis pela Grand Cru.

Ou seja, a união de uma empresa, nas palavras do CEO, “tradicional” como a Grand Cru, com outra “moderna”, a Evino, gera a oportunidade de atingir todos os canais de venda, assim como diferentes públicos, com propostas bem focadas a cada segmento. “Somos a única empresa do setor verdadeiramente multicanal”, diz Alexandre Bratt.

Embora, hoje, 60% do faturamento venha das vendas nas plataformas digitais e apenas 14% venha do varejo e do segmento B2B, é possível prever que essa balança fique mais equilibrada no médio e longo prazos. Isto por que a Evino, por exemplo, que foi fundada em 2013, ganhará no segundo semestre sua primeira loja física em São Paulo e deve expandir-se no modelo de franquia, o mesmo que rege o modelo de operações da Grand Cru, que conta hoje com 127 lojas no país, das quais apenas 17 são próprias. Dessa forma, a Víssimo espera fechar 2022 com 160 pontos de venda físicos. Para este ano, aliás, o grupo projeta faturar 800 milhões de reais, ante os 700 milhões aferidos em 2021. Nada mau.