Ao vencedor, as batatas à portuguesa

Vou ousar aqui contrariar Quincas Borbas, o célebre personagem de Machado de Assis, e reescrever a sua centenária máxima: “A todos, e não apenas ao vencedor, as batatas!”. Afinal, também os vencidos, todos, enfim, haverão de merecer saborear esse tubérculo que permite infindáveis modos de preparo: em purê, cozido, assado, em sopa, à sauté, à moda rústica, frito em canoa e a palito. Mas, convenhamos, não existe modo de preparo melhor do que à portuguesa: no qual a batata é fatiada em rodelas finíssimas para serem fritas em óleo muito quente. E crocantes.

 

Em bares e restaurantes do Rio de Janeiro e de São Paulo, a batata à portuguesa acompanha pratos clássicos, a exemplo do filé à Osvaldo Aranha servido no centenário Café Lamas, no bairro do Flamengo.

 

Do outro lado da ponte aérea, quem faz uma batata à portuguesa excelente é o chef Alencar, do Santo Colomba, nos Jardins. O Santo Colomba, aliás, é um lugar ao qual se deve ir ao menos uma vez na vida para admirar o lindíssimo bar – o conjunto formado pelo balcão, as prateleiras e os vitrais que o compõem pertenceram ao Jockey Club do Rio de Janeiro no início do século XX.

 

Outro lugar que trata a batata à portuguesa coma  devida vênia é a Casa Santos, no bairro do Pari. Na ativa desde os anos 1940, o boteco costumava rever jogadores, técnicos e diretores da Associação Portuguesa de Desportos – cheguei a ver ali os grandes Antônio Lopes e Mario Jorge Lobo Zagallo.  

 

Quer seja para acompanhar o contrafilé à parmegiana, quer seja para compor com as sardinhas assadas na brasa, as batatas à portuguesa são indispensáveis. No fim das contas, todos sairão vencedores.

 

ENDEREÇOS:

Café Lamas: Rua Marquês de Abrantes, 18-A, Flamengo, Rio de Janeiro.

Casa Santos: Rua Conselheiro Dantas, 92, Pari, São Paulo.

Santo Colomba: Alameda Lorena, 1157, Jardins, São Paulo.

 

 

)
Partilhar
Voltar