(4).gif)
Em um simpósio realizado semana passada no Instituto Nacional de Tecnologia Agrícola (INTA), em Mendoza, na Argentina, o pesquisador argentino Jorge Prieto apresentou o resultado de uma pesquisa que visava mapear a diversidade genética das variedades da uva Criolla existentes tanto na Argentina quanto no Chile. E o resultado da pesquisa surpreendeu a todos. Segundo o pesquisador, a equipe de trabalho conseguiu identificar mais de 100 variedades diferentes da Criolla nos dois países. A uva é das primeiras uvas nativas da América do Sul e são oriundas de cruzamentos das primeiras videiras Vitis vinifera plantadas no continente - Muscat e Listán Prieto.
“A árvore genealógica da Criolla é muito maior do que esperávamos”, admite Jorge Prieto. "Passamos vários anos visitando as diferentes regiões vinícolas de Mendoza, San Juan, Catamarca e Salta para tentar identificar essas variedades de uvas. Já identificamos 60 variedades diferentes de Criolla, 36 das quais são novas descobertas”, revela o pesquisador.
"Estamos apenas começando a descobrir a diversidade de variedades que temos no Chile", acrescentou Irina Diaz, do INIA Raihuen. "Ainda há muito mais trabalho a ser feito, temos uma enorme diversidade da Criolla na América do Sul. Estamos fazendo um esforço comum para trabalhar juntos [com pesquisadores da Argentina, Peru e Bolívia] para identificar essas variedades. Essas variedades são parte de nosso DNA, transmitidas de geração em geração."
No entanto, os impressionantes resultados apontados pela pesquisa tendem a ser apenas a ponta do iceberg. Em uma visita técnica realizada no início deste ano ao norte da Argentina, o produtor de vinhos Agustin Lanus diz que o INTA coletou 90 amostras diferentes de variedades de uvas diferentes (ainda a serem analisadas) que, sem dúvida, continuarão a ampliar a crescente árvore genealógica da Criolla. Fique de olho neste espaço!
O INTA isolou 10 dessas "novas" variedades que mostram maior potencial para vinificação e o pesquisador Gustavo Aliquo apresentou várias safras de vinhos experimentais a um público de mais de 120 vinicultores e produtores. A prova incluiu vinhos feitos de variedades como Balsamina Patagonica (um cruzamento entre Malbec e Torrontés Mendocino), Pascua (um cruzamento entre Listán Prieto e Muscat Blanc à Petits Grains) e Apicia (um cruzamento entre Criolla Canela e Muscat Blanc à Petits Grains).
Enquanto isso, no Chile, o Instituto de Investigações Agrícolas (INIA) tem se concentrado na identificação de diferentes clones da Criolla, com estudos principalmente em Maule e no norte do Chile. No mesmo seminário técnico, Nilo Mejia, do INIA La Platina, revelou que foram identificadas 86 variedades diferentes da uva no Chile. Dentre essas 86 variedades, 43 são NN, provavelmente variedades totalmente novas.