Chocolat Festival Xingu: o show do cacau amazônico

Segunda edição do evento dedicado ao chocolate de origem amazônica recebeu milhares de visitantes em Altamira (PA). Esta semana evento chega a Ilhéus (BA)

Fotografia: Divulgação
Miguel Icassatti

Miguel Icassatti

Às margens do colossal rio Xingu, a cidade de Altamira, no sudoeste do Pará, é o maior município do Brasil. Com área superior à de países como Portugal e Grécia, é também a sede da usina hidrelétrica de Belo Monte e pode muito bem reivindicar para si o título de capital amazônica do chocolate e do cacau de origem, por ser um pólo que vem reunindo cada vez mais suporte técnico para os pequenos produtors da região, que inclui comunidades ribeirinhas e outros municípios, como Novo Repartimento, de onde o cacau tem saído para gerar chocolates que vêm ganhando prêmios em consursos nacionais e internacionais dedicados à iguaria.

Não por acaso, Altamira tem sido a sede do Chocolat Festival Xingu, evento realizado em dois anos consecutivos e que, na edição de 2023, ocorrida entre os dias 15 e 18 de junho, registrou a presença de 110 mil visitantes.

Sediado no Centro de Eventos de Altamira, o Chocolat Festival Xingu reúne atividades como uma feira com 140 produtores de cacau e de chocolate artesanal destinados ao consumidor final, representantes de comunidades indígenas da região, pesquisadores e palestrantes nacionais e estrangeiros ligados à cadeia de produção do cacau de origem. Em dois anos, o evento já movimentou mais de R$ 8 milhões em negócios do cacau e do chocolate e vem abrigando uma série de cursos, palestras e exposições voltadas à promoção de mercado, do cultivo e da produção do chocolate e do cacau.

Na programação de 2023, por exemplo, o chef e chocolateiro Fabio Sicilia, de Belém (PA), e Lucas Corazza, de São Paulo, conduziram sessões de show cooking ao público. Da agenda técnica, um destaque foi a palestra conduzida por Adalberto Ferreira, diretor-executivo da cooperativa CECAQ 11, de São Tomé e Príncipe, que apresentou sua experiência à frente da segunda maior cooperativa de produtores de cacau daquele país localizado na costa ocidental da África.

São Tomé e Príncipe, que aliás é um país de língua portuguesa, é reconhecido mundialmente pela excelência do cacau produzido ali e o ecossistema dessa produção, baseado no modelo de cooperativismo, com milhares de pequenos produtores envolvidos, vem garantindo um preço minimamente competitivo para esses pequenos agricultores junto aos compradores europeus – no caso, algumas das mais famosas maisons chocolateiras do Velho Continente.

Nesta semana, entre 20 e 23 de julho, o Chocolat Festival chega a Ilhéus, no sul da Bahia, onde é realizado desde 2009. Acompanhe a cobertura dia-a-dia do Chocolat Bahia 2023 pelo instagram @revistagula e confira reportagens mais detalhadas da programação no site revistagula.com.br.

Mais informações em https://chocolatfestival.com/.