Decepcionante

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Redação

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A International Wineries for Climate Action (IWCA) - um grupo que representa 140 vinícolas em todo o mundo - criticou duramente os resultados atingidos na recém-encerrada COP28, a cúpula climática realizada esta semana em Dubai. Em comunicado oficial, a entidade protestou contra a falta de promessas tangíveis feitas para reduzir o impacto da mudança climática na cúpula.

 

“Estamos profundamente preocupados com a falta de progresso concreto", disse o grupo. “Somos um coletivo que trabalha para descarbonizar o setor vitivinícola e nossa missão está seriamente comprometida pela incapacidade da COP de impedir novas explorações de petróleo e gás e de chegar a um acordo sobre uma data para eliminar gradualmente o uso de todos os combustíveis fósseis”, ressalta o comunicado.

 

“Estamos desapontados com o fato de que as conclusões da COP deste ano carecem de força e não avançaram de forma alguma no movimento vital para desvincular a economia global dos combustíveis fósseis a fim de alcançar uma redução significativa nas emissões de GEE”, reforça o grupo.

 

O grupo acrescentou que a safra deste ano "provou que a mudança climática é a nossa realidade". O comunicado aponta para extremos de seca profunda, calor intenso e incêndios florestais, além de congelamentos profundos em regiões vinícolas em todo o mundo.

 

A produção global de vinho diminuiu 7% este ano, de acordo com a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), em grande parte devido ao impacto das mudanças climáticas.

 

“É imperativo que empresas como a nossa, que dependem de um clima estável e da qualidade de nossos solos, coloquem a redução de emissões no topo da agenda", disse a IWCA. “Pedimos que a COP chegue a um acordo sobre uma data final para o uso de combustíveis fósseis na COP29. Se não atingirmos a meta de 1,5°C, nossa sobrevivência de longo prazo como setor empresarial estará ameaçada e seremos forçados a enfrentar impactos significativos devido às mudanças climáticas cada vez mais prejudiciais”, conclui o comunicado.

 

Líderes ambientais do mundo inteiro criticaram o relatório final da cúpula após a divulgação de uma minuta de acordo, que retirou as referências anteriores à eliminação gradual dos combustíveis fósseis. A União Europeia classificou o texto como "totalmente inaceitável", e vários países acusaram a Arábia Saudita e outros países petrolíferos de impedir os esforços para combater as emissões de gases de efeito estufa (GEEs).

 

A COP28 afundou em polêmica desde a escolha da sede, um estado petrolífero que depende de combustíveis fósseis para uma parte significativa de suas exportações. As críticas e desconfianças aumentaram depois que a emissora inglesa BBC informou que os Emirados Árabes Unidos planejavam usar seu papel de anfitrião das negociações sobre o clima como uma oportunidade para fechar novos acordos de petróleo e gás. E o relatório final apenas jogou ainda mais combustível na fogueira.