UMA EDIÇÃO EM HONRA A RICARDO CASTILHO
É impossível abrir esta edição da GULA sem falar de Ricardo Castilho. A morte repentina do editor da Prazeres da Mesa, ocorrida em junho, pegou todo o setor da gastronomia e do vinho de surpresa. Justas homenagens foram feitas, lágrimas ainda são derramadas em honra a Castilho. Retratos da imensa admiração do verdadeiro mar de amigos, colegas e fãs que o jornalista colecionou na linda trajetória que construiu. Aqui mesmo, na GULA, Castilho deixou seu contributo. Foi durante anos editor da revista, sendo peça importante para que chegássemos ao patamar que chegamos.
Mas Ricardo Castilho não foi apenas um jornalista exemplar. Foi um marido dedicado, um pai amoroso, um amigo generoso (embora um tanto ciumento), um palmeirense fanático, um homem íntegro, divertido, inteligente, sarcástico na medida certa, apaziguador quando se fazia necessário. Entre tantas e muitas outras qualidades. Ricardo Castilho era um de nós. E vai ficar para sempre nos corações de quem o conheceu. Esta edição 280 da GULA é inteiramente dedicada à memória e ao legado do nosso amigo Ricardo Castilho.
E é uma bela edição! Na capa, destacamos o lançamento da safra 2015 do Barca-Velha. Para além da nota de prova, contamos a história do mítico vinho, conversamos com o presidente da Sogrape, Fernando da Cunha Guedes e com o enólogo do Barca-Velha, Luís Sottomayor. Ainda sobre vinhos, visitamos a icônica Almaviva, em Puente Alto, no Vale do Maipo, no Chile.
Falando em chilenos, batemos um papo e provamos muitos vinhos com Eduardo Chadwick, o idealizador da Cata de Berlim, evento que colocou de vez os vinhos do Chile na Liga dos Campeões quando o assunto é vinho. E que comemora 20 anos em 2024. Ivan Carvalho foi à Sicília, e, aos pés do vulcão mais ativo da Europa, destrinchou os vinhos do Etna e do lado oriental da ilha italiana. Gerson Lopes nos traz o resultado de uma degustação sensacional realizada em Belo Horizonte, na qual clássicos italianos e franceses mediram forças.
Quando o assunto é gastronomia, tampouco falta assunto. O incansável Rafael Tonon foi até a Dinamarca conversar com o excêntrico e genial Rasmus Munk, chef do badalado Alchemist e que vai comandar, no no que vem, um jantar gastronômico em pleno espaço sideral. Da capital dinamarquesa, sem escalas, nosso bravo Tonon aportou em Dubai e contou toda a revolução gastronômica que acontece no rico emirado árabe.
Em terras brasileiras, Carolina Daher nos traz, direto da Ilha Primeira, na Gigóia, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, o chef Geronimo Athuel, do cultuado Ocyá. Marcel Miwa nos conta como está o cultivo da trufa em terras brasileiras. A disputada iguaria tem lugar cativo nas melhores mesas dos estrelados restaurantes brasileiros. Falando em estrelas, conversamos com Gwendal Poullenec, diretor-geral do Guia Michelin. E falando em entrevistas, batemos um papo esclarecedor com Dora Simões, presidente da Comissão Vitivinícola Regional dos Vinhos Verdes.
Além disso, temos as colunas do Horta, do Olivetto, do Peñin, do Jamie Goode; as histórias do Dias Lopes; a crítica do Josimar; um caderno de provas com mais de 150 vinhos pontuados… Enfim, uma edição pesada e da qual o sempre querido Ricardo Castilho certamente havia de se orgulhar.
Um forte abraço e tenham uma excelente leitura