Obesidade pode causar doenças psicológicas

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Redação

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,04 bilhão de pessoas sofrem de obesidade, que já é considerada um problema de saúde pública. Além de estar relacionada a outras enfermidades crônicas, como diabetes e hipertensão, um estudo concluiu que a obesidade pode também ocasionar doenças psicológicas.

 

A pesquisa foi conduzida pela Associação Brasileira para o Estudo de Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO). A conclusão foi de que 60% dos pacientes acometidos pela obesidade sofrem algum tipo de distúrbio psiquiátrico, sendo depressão e compulsão alimentar os mais frequentes. 

 

"A saúde do corpo e a saúde mental estão intimamente ligadas. Pacientes com obesidade frequentemente desenvolvem transtornos como depressão e ansiedade devido ao estigma social, baixa autoestima e isolamento. Além disso, a compulsão alimentar é comum, pois muitos utilizam a comida como uma válvula de escape para lidar com o estresse, a frustração e a ansiedade. Esse ciclo pode tornar o tratamento mais complexo, exigindo uma abordagem integrada que cuide tanto do corpo quanto da mente”, garante o médico O médico André Guanabara.

 

Especialista em endoscopia, o médico Mauro Jácome destaca que a relação entre as doenças é ainda mais complicada que pode parecer. "A obesidade entra pela boca, e esse é o mesmo caminho da depressão. Sabemos disso e precisamos lidar com isso. Todavia, essas patologias são evidentes e devem ser tratadas com seriedade. O diagnóstico do quadro depressivo é fundamental para que o paciente tenha um tratamento adequado, possibilitando a melhora da sua qualidade de vida", afirma.

 

Para Cristiano Roberto Grimaldi Barcellos, diretor do Departamento de Endocrinologia do Esporte e Exercício da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o uso de fármacos é frequentemente necessário para tratar a obesidade. No entanto, no sistema público de saúde, o acesso a medicamentos é limitado, levantando preocupações sobre a equidade no tratamento dos pacientes, independentemente de sua condição socioeconômica. “Remédios eficazes, como semaglutida e liraglutida, são custosos inicialmente, mas podem se tornar mais acessíveis com o tempo e serem incluídos nos protocolos do sistema público de saúde”, garante.

Além dos remédios de última geração disponíveis no mercado brasileiro, o paciente pode optar também pela cirurgia bariátrica, essa sim disponível no SUS.