Um remédio para o Smoke Taint

O “smoke taint” é problema contemporâneo que atinge os vinhos cujas uvas foram impregnadas pela fumaça dos incêndios no entorno dos vinhedos. O problema se tornou mais evidente a passou a ser pesquisado após 2017, ano que Califórnia, Galícia (Espanha), centro de Portugal e o sul do Chile sofreram com o problema. Em 2019 e 2020 o problema se repetiu de forma mais intensa em partes da Austrália e novamente na Califórnia.

 

A grande questão é que as partículas de fumaça não ficam apenas depositadas nas cascas das uvas (o que facilitaria a retirada através de um processo de lavagem dos cachos), mas sim há uma reação química entre componentes da fumaça e da uva.

 

As partículas das cinzas dos incêndios são ricas em fenóis voláteis (diferentes substâncias que dão o do defumado) e esses se conectam aos açúcares das uvas, criando novos precursores aromáticos e defumados que são liberados de forma mais intensa durante a fermentação das uvas.

 

O que se sabe até então (pesquisas do AWRI - Australian Wine Research Institute) é que o uso de carvão ativado pode reduzir a presença das partículas defumadas no vinho, porém sua efetividade se mostra melhor para vinhos brancos, em vez de tintos, e com maior eficácia se aplicado antes das fermentação.

 

A empresa Purfresh Wine anunciou um novo tratamento para as uvas que foram atingidas pela fumaça. O processo consiste na aplicação de gás ozônio nas uvas, logo após a colheita e antes de serem esmagadas para a vinificação. Christian deBlasio, CEO da Purfresh comenta que além de retirar as partículas dos aromas defumados, o ozônio incentiva a produção de antixoxidantes nas frutas, aumentando sua (natural) expressão aromática, sem fazer uso de substâncias químicas.

 

O maquinário consiste em um contêiner selado que se transforma em uma câmara de ozônio onde as uvas devem repousar por 24 horas para o tratamento.

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