21 razões para beber vinhos do Uruguai

Conheça as principais vinícolas do país

Fotografia: Divulgação
Redação

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Alto de la Ballena

Localizada na Sierra de la Ballena, a poucos quilômetros do mar e de Punta del Este, a vinícola do departamento de Maldonado possui 20 hectares de área, onde em 2001 foram plantados os primeiros vinhedos das castas Merlot, Tannat, Syrah, Viognier e Cabernet Franc, que se expressa muito bem nos solos de cascalho e areia da região que compõem o terroir, como é o caso do varietal da marca, que passa 12 meses em barris de carvalho francês, período em que adquire aromas de morango, cereja escura e notas de cravo.

Antigua Bodega

Erguida em 1928, é uma das mais antigas vinícolas instaladas em Canelones, a 20 quilômetros de Montevidéu. Tem no comando a família Stagnari, na pessoa da matriarca Virginia e dos filhos Mariana e Carla. A enologia está a cargo de outra mulher, Laura Casella, uma das profissionais do setor mais reconhecidas no país.

Os 30 hectares de vinhedos localizados em Santos Lugares, La Paz, e em Melilla produzem cerca de 150 mil garrafas a cada safra, com destaque para a Tannat e a Merlot.

Bouza

Oriunda da Galícia, na Espanha, a família chegou ao Uruguai em 1955 e passou a produzir vinhos no ano de 2002, em Las Piedras (Canelones), a 20 quilômetros de Montevidéu. Hoje possui 50 hectares de vinhedos em diferentes terroirs – Las Piedras, Las Violetas, Melilla (Montevidéu), Las Espinas e Pán de Azúcar (Maldonado, a 3 quilômetros do mar) –, cuja enologia está sob responsabilidade de Eduardo Boido. Entre os vinhos, destacam-se o Albariño e o concentrado Tannat. Muito visitada por brasileiros, a vinícola mantém um bom restaurante e um surpreendente museu de automóveis.

Bracco Bosca

Vinícola jovem e sob gestão familiar, foi fundada em 2005, em Atlántida, Canelones, a 8 quilômetros do litoral uruguaio. À frente da empresa, cujos vinhedos estão com a família há cinco gerações, Fabiana Bracco lançou a linha de vinhos Ombú, cujo destaque leva a uva Tannat. Entre os brancos, a casa elabora um celebrado moscatel, proveniente de vinhas velhas de moscato e de trebbiano (ugni blanc), de mais de 30 anos de idade.

Castillo Viejo

Com quase um século de história – foi fundada em 1927 no departamento de San José, próximo a Montevidéu –, pertence à família Etcheverry. Os primeiros sessenta anos foram dedicados apenas à produção de vinho a granel, num patrimônio diverso entre as castas Tannat, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot e Tempranillo. A partir dos anos 1990, com o lançamento da marca Catamayor, a vinícola elevou e muito a qualidade dos vinhos, que hoje têm como topo de gama o El Preciado, elaborado apenas nos melhores anos.

Cerro Chapeu

Praticante de uma vinicultura sustentável, aferida por uma metodologia desenvolvida pelas universidades de Columbia e Yale, nos Estados Unidos, a bodega foi inaugurada em 1975 no departamento de Rivera, a 500 quilômetros de Montevidéu, na fronteira com o Brasil. Está sob gestão da família Carrau, de longa história na vitivinicultura uruguaia, que construiu a adega em 1997, num terreno inclinado, a fim de se beneficiar da gravidade no processo de vinificação, minimizando qualquer intervenção. Destaque para os varietais de Chardonnay, Pinot Noir, Nebbiolo e para o vinho 1752 branco, um corte de Petit Manseng com Viognier.

Cerro del Toro

Essa vinícola é um projeto do empresário japonês Makoto Kambara – cuja família estabeleceu-se na América do Sul no pós-guerra, primeiro no Brasil e em 1975 no Uruguai –, que em 2016 iniciou as atividades com o plantio de 28 hectares de vinhas em Piriápolis, nas encostas da região de Maldonado, a 2 quilômetros do Oceano Atlântico. Das mãos do enólogo Martín Viggiano, um estudioso do terroir de Maldonado, saem vinhos feitos com castas como Pinot Noir, Tannat, Cabernet Franc, Syrah, Petit Verdot e Merlot, entre as tintas, e Albariño, Chardonnay, Viognier, Pinot Grigio, entre as brancas.

De Lucca

Instalada em El Colorado (Canelones), a vinícola tem à frente Reinaldo de Lucca, da terceira geração da família de origem italiana, também responsável pela enologia. Dos 50 hectares de vinhedos cercados for uma mata preservada e biodiversa, 7 são destinados às variedades brancas, entre as quais a Marsanne, que gera um vinho estruturado e complexo. Entre os vinhos tintos produzidos ali, o Libero é um 100% Tannat e o Río Colorado, um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat.

El Capricho

Localizada 250 quilômetros ao norte de Montevidéu, em Villa del Carmen, Durazno, a vinícola está situada na zona central do Uruguai. Sob comando familiar, a propriedade de 200 hectares destina 7 deles à produção de uvas das variedades Verdejo (branca), Tannat, Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir e Tempranillo, plantadas em 2003 e 2004. Num terroir muito específico, com solo arenoso de média fertilidade e com temperaturas acima da média vista no sul do país, sai favorecido o cultivo das vinhas de ciclo longo, entre as quais a Tannat e a Cabernet Sauvignon, que amadurecem antes do período de chuvas de verão e outono.

Establecimiento Juanicó

A casa produtora dos icônicos vinhos Don Pascual é a maior vinícola do país, com cerca de 800 hectares de vinhas próprias. Está sob administração da família Deicas desde 1979 na região de Juanicó, nas proximidades de Montevidéu. O patriarca, Juan Carlos Deicas, recorreu ao consultor Paul Hobbs para trabalhar o conceito da vinícola, que possui vinhedos de diversas variedades. Seus vinhos estão presentes em mais de 25 países e entre as marcas destaca-se o lançamento, em 2018, do primeiro vinho orgânico do país, elaborado com a uva tinta Gamaret.

Familia Traversa

Fundada em 1956, a vinícola tem à frente a quarta geração da família, cujo patriarca, Carlos Domingo Traversa, chegou ao Uruguai em 1904. Filho de italianos, ele comprou nos anos 1930, em Montevidéu, os primeiros 5 hectares de terras. Atualmente são mais de 300 hectares próprios, onde estão plantadas as castas tintas Tannat, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot, além das brancas Chardonnay e Sauvignon Blanc. A vinícola controla e promove ações sustentáveis em vinhas de outros produtores, de quem compra a colheita.

Garzón

É uma das vinícolas mais modernas e icônicas do Uruguai. Tem à frente um dream team formado pelo gerente-geral Christian Wylie e o enólogo italiano Alberto Antonini, que exploram um terroir a 18 quilômetros da costa atlântica uruguaia, a 160 metros de altitude, que se vale do clima temperado e de práticas orgânicas na produção. A colheita é manual e a vinificação prioriza a mínima intervenção. O solo se caracteriza pelo balastro – rocha formada por sedimentos e cristais ao longo de 2.500 bilhões de anos –, que dá nome ao vinho ícone da propriedade.

Giménez Méndez

A vinícola foi fundada em 1991 por Marta Méndez Parodi e o marido, o enólogo Luis Alberto Giménez, ambos entusiastas da produção e da exportação dos vinhos finos uruguaios. Atualmente, a propriedade está sob a gestão de Marta e do filho, Mauro Giménez Méndez. Num terroir pautado por verões secos e quentes durante o dia e noites frias, distante 35 quilômetros do Rio da Prata, em Canelones, são colhidas uvas de variedades tintas como Tannat, Arinarnoa, Cabernet Franc, Malbec, Marselan, Merlot, Petit Verdot, Pinot Noir e Syrah, alám das brancas Chardonnay e Sauvignon Blanc.

La bodeguita del Cacho

É uma vinícola familiar desde sua origem, em 1904, quando o fundador, imigrante italiano, plantou um vinhedo para consumo próprio, ao redor de sua residência. Passados 117 anos, o DNA artesanal se mantém, já que o foco está na produção de lotes limitados e pequenos volumes. Nos 7 hectares de vinhos instalados no departamento de Canelones, há vinhas de Moscatel e Cabernet Sauvignon mas o destaque é a uva Tannat, em especial as que dão origem ao ícone da empresa, o 9983 KM Tannat Roble 2020, cujo lote é de apenas 3.500 litros.

Montes Toscanini

Fundada em 1894, a vinícola familiar mantém 90 hectares de vinhedos nas zonas de Paso Cuello e Canelón Chico, 30 quilômetros ao norte de Montevidéu. Os vinhedos, plantados em colinas com solos calcário-argilosos, de média profundidade, sofrem influência direta dos ventos do Oceano Atlântico, que propiciam grande amplitude térmica, provocando uma lenta maturação da uva e concentrando os aromas e os sabores nos frutos. Tannat, Cabernet Sauvignon e Merlot são as variedades disponíveis na propriedade e compõem o topo de gama Adagio, rótulo criado em 2000 e que só é lançado em safras excepcionais.

Océanica José Ignacio

Localizada no encantador vilarejo à beira-mar de José Ignacio, a 40 quilômetros de Punta del Este, no departamento de Maldonaado, essa vinícola-butique possui menos de 3 hectares de vinhedos em meio a um olival. Há seis variedades em cultivo, com especial atenção às tintas Tannat e Merlot e à Albariño, branca, e a colheita se guia pelas fases da Lua, a cargo do enólogo sul-africano Hans Vinding Diers. A adega é uma das mais belas do Uruguai – impossível não se impressionar com os desenhos do arquiteto Marcelo Daglio nas paredes, bem como com as esculturas espalhadas pela propriedade –, e segue a proposta dos donos, Natalia Welker e Marcelo Conserva, de valorizar as belezas naturais e as artes.

Pablo Fallabrino

A vitivinicultura está no DNA de Pablo Fallabrino: seu avô, o piemontês Angelo Fallabrino, imigrou para Montevidéu no período entre guerras e fundou uma vinícola na década de 1920; o pai, Alejandro, também dedicou-se ao ofício nos anos 1970. Pois, em 1997, Pablo montou sua própria vinícola em Atlántica, departamento de Canelones, onde faz experiências como um espumante pet nat e, na elaboração dos tintos, privilegia as castas italianas Barbera e Nebbiolo, por meio do cultivo orgânico, com mínima intervenção.

Pisano

O Master of Wine Tim Atkin apontou Daniel Pisano como “lenda viva” do vinho uruguaio, dado o trabalho pioneiro e de qualidade da vinícola com a Tannat. Fundada em 1914 na região de Canelones, a bodega é gerida, além de Daniel, por seus irmãos Eduardo, Gustavo e César e produz artesanalmente pequenas quantidades de vinhos. Um dos ícones da enologia uruguaia é o Axis Mundi, um tinto feito com vinhas muito velhas de Tannat, elaborado apenas nas safras especiais. Outras linhas de destaque na vinícola são o Arretxea, o RPF (Reserva Personal de Família), cujo Tannat já foi considerado “o melhor vinho tinto do Novo Mundo” pela revista Decanter, a Río de los Pajaros e a Cisplatino. Entre os brancos, chama atenção o RPF Chardonnay.

Spinoglio

Sob o comando de Diego Spinoglio, da quarta geração da família de origem no Piemonte, Itália, a vinícola localizada em Cuchilla Pereyra, a 40 quilômetros ao norte de Montevidéu, na divisa com o departamento de Canelones, dedica especial atenção ao enoturimo. A imponente adega, com espessas paredes de pedra, permite que os vinhos envelheçam nas melhores condições de temperatura e umidade. Entre os vinhos, chamam atenção os brancos varietais de Chardonnay e Sauvignon Blanc, o rosé feito com Cabernet Franc e os tintos elaborados com Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat.

Viña Edén

Localizada na Ruta 12, via que conecta Punta del Este às cidades de Minas e San Francisco de la Sierra, essa vinícola butique pertence ao casal brasileiro Rosane e Mauricio Zlatkin. Nos 300 hectares da propriedade, oito são dedicados ao plantio de uvas, que geram 45.000 garrafas a cada safra. Sob um alto índice pluviométrico, os vinhedos se valem dos ventos oceânicos fortes – a vinícola está a apenas 25 quilômetros do mar – para equilibrar a umidade. Na adega de design moderno, repousam barricas de carvalho francês e americano, além de tanques de concreto que darão forma a tintos, rosés e brancos elaborados com Tannat, Marselan, Merlot, Pinot Noir e Chardonnay, além de um espumante Brut Nature, feito pelo método champenoise (segunda fermentação na garrafa).

Viña Progreso

A vinícola pertence a Gabriel Pisano que, em 2006, começou a elaborar seus próprios vinhos depois de ter trabalhado em vinícolas da África do Sul, do Chile e dos Estados Unidos. Honrando o sobrenome da família, Pisano faz um trabalho especial com a Tannat e pratica experiências inovadoras, como a técnica Open Barrel Fermentation, que consiste em deixar o vinho fermentar em barris abertos, conforme aprendeu na região espanhola do Priorato. Outras variedades notáveis plantadas são Cabernet Franc, Sangiovese, Syrah e Viognier.