Santo remédio

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Redação

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Sabe aquela dor de cabeça aguda ao acordar, o enjoo, o gosto de maçaneta na boca, elementos que costumam vir acompanhados da promessa de nunca mais beber nessa vida? Pois pesquisadores finlandeses da Universidade de Helsinque publicaram um estudo na revista Alcohol and Alcoholism em que garantem ter encontrado a cura definitiva para a tão temida e odiada ressaca. Segundo a pesquisa, o aminoácido L-cisteína é o heroi pode acalmar náuseas e dores de cabeça relacionadas ao álcool.

 

A L-cisteína é um aminoácido essencial que pode ser encontrado na carne, laticínios, ovos, legumes, nozes e sementes, bem como em algumas proteínas em pó. De acordo com o Centro Médico da Universidade de Rochester, ele foi usado anteriormente para ajudar a tratar a artrite e o endurecimento das artérias.

 

O estudo concluiu que 1.200 miligramas da L-cisteína podem reduzir as náuseas e dores de cabeça relacionadas ao álcool, a tão temida ressaca. Já uma dose de 600 miligramas ajuda a aliviar o estresse e a ansiedade.

 

Os pesquisadores realizaram o estudo em 19 homens, que receberam 1,5 grama de álcool por quilograma de peso corporal ao longo de três horas em um ambiente controlado. Alguns voluntários receberam um placebo, outros ou um comprimido de L-cisteína com vitaminas adicionadas. Essas cápsulas foram fornecidas pela startup Catapult Cat, que foi lançada em 2016 e financiou a pesquisa.

 

A conclusão dos pesquisadores é que o aminoácido foi eficaz na prevenção ou no alívio da “ressaca, náusea, dor de cabeça, estresse e ansiedade” nos voluntários. O estudo afirmou ainda que os efeitos da cápsula são "únicos" e podem desempenhar um papel na "prevenção ou alívio dos sintomas [da ressaca], bem como na redução do risco de dependência do álcool".

 

A Catapul Cat recomenda tomar um comprimido antes de começar a beber álcool e, em seguida, tomar os seguintes comprimidos a cada uma ou duas horas, “enquanto o consumo de álcool continuar”.

 

Remédios que prometem a cura para a ressaca não são poucos. Mas normalmente acabam por receber advertências de órgãos estatais de saúde e muitas vezes são até retirados dos mercados por prometerem muito mais do que cumprem.

 

Embora o estudo do suplemento finlandês seja um passo importante na direção certa para dar base científica comprovada a um medicamento que efetivamente possa combater a ressaca, ainda há muito caminho a andar.

 

E mesmo a pesquisa finlandesa não ficou livre de sobressaltos. Markus Metsala, um dos pesquisadores, disse à mídia local que alguns participantes não podiam consumir todo o álcool necessário e tiveram que ser excluídos, alguns tinham níveis de tolerância tão altos que não exibiam sintomas de ressaca; e alguns foram excluídos porque insistiram em aumentar sua própria dosagem de álcool.