Mercado da Gula

A nova coluna sobre as tendências da enogastronomia no Brasil


‘MESTRE DO SABOR’:

 

GLOBO CONFIRMA ESTREIA DA 3ª TEMPORADA E BUSCA MAIS ANUNCIANTES

 

Primeiro reality gastronômico da Rede Globo, o programa ‘Mestre do Sabor’ chega à sua terceira temporada com dois patrocinadores confirmados: Seara e Eisenbahn. As duas marcas renovaram com o programa, mas a emissora segue em tratativas para fechar um número maior de parceiros - a primeira edição, antes de pandemia, teve cinco cotistas (Seara, Santander, Cacau Show, Nissan e Uber Eats) enquanto a segunda temporada reuniu três: as já citadas Seara e Eisenbahn, além do Santander.

 

"Estamos conversando com outros anunciantes para aproveitarem todo potencial de engajamento do reality na geração de conversas com seus consumidores", disse à GULA a assessoria de comunicação da Rede Globo, por e-mail, ao comentar o assunto, sem revelar valores das cotas.

 

A exemplo do reality mais bem sucedido da casa, o BBB, ‘Mestre do Sabor’ aposta em branded content: ações customizadas de conteúdo, criadas conforme o briefing. Uma das forças do negócio está no modelo multiplataforma.

 

Além das exibições n Globo e no GNT, os anunciantes têm exposição em canais online como GShow e Receitas.com. "É uma trajetória que acompanha os brasileiros interessados em gastronomia em diferentes momentos de suas rotinas, garantindo que as marcas estejam presentes no cotidiano do consumidor, seja em ações de conteúdo, veiculação de campanhas nos intervalos comerciais ou projetos desenhados exclusivamente para as plataformas digitais", defende a emissora em mensagem à GULA.

 

Em 2020, as exibições de ‘Mestre do Sabor’ na TV Aberta (Globo) + Tv Fechada (GNT) alcançaram 105 milhões de brasileiros, chegando a superar 20 pontos de audiência a Grande São Paulo, com 37% de share.

 

Claude: cozinha do programa tem identidade brasileira

 

Uma das forças do programa está justamente no carisma de um dos grandes nomes da gastronomia brasileira, o chef Claude Troigros, novamente acompanhado pelo fiel assistente Batista e pela apresentadora Monique Alfradique.

 

Em breve entrevista à GULA, Troigros diz que, apesar das diferenças de proporção de estrutura entre ‘Mestre do Sabor’ e da série 'Que marravilha!' (GNT), o stress e ansiedade com a estreia são similares.

 

"A gente tem que se preparar psicologicamente, com roteiro, cozinha e fonoaudiologia, inclusive. Mas a diferença é o alcance de milhões de pessoas. O programa 'Que marravilha!' teve um sucesso grande, mas um reality atinge um público muito maior em TV aberta. Atinge o Brasil inteiro", explica o chef ainda com o sotaque típico, apesar das sessões de fono.

 

Segundo Troigros, a temporada terá ainda mais a identidade do País. “O ‘Mestre do Sabor’, desde o início, está sendo dirigido à uma cozinha mais brasileira”, diz ele. “Na terceira temporada, isso tem um ritmo mais forte. A técnica brasileira, a cultura, a tradição e o regionalismo, são bem presentes”, completa, acrescentando que os candidatos da competição dão importância à valorização do produto nacional. Ele se diverte com as brincadeiras de telespectadores, que garantem ter receitas melhores de picadinho ou de feijoada. “Não são críticas. É um carinho que eles têm com o programa.”

 

Rafa Costa e Silva: à vontade

 

A terceira temporada do reality conta com os três chefs da edição anterior: Kátia Barbosa (Aconchego Carioca), Leo Paixão (Glouton) e Rafa Costa e Silva (Lasai). O trio comanda as equipes e cuida das avaliações às cegas dos pratos executados dos 18 chefs participantes que vão mostrar suas habilidades em sete fases da competição.

 

Parte do programa já foi gravada, mas a final reunirá quatro finalistas em uma edição ao vivo prevista para julho. O grande vencedor receberá o prêmio de R$ 250 mil.

Um dos grandes chefs de sua geração, Rafa Costa e Silva está mais confortável com as gravações. “Eu adoro o programa e adorei a experiência do ano passado. Tem adrenalina e muita emoção. Essa será minha segunda temporada como jurado, e agora eu já conheço bem como funciona o programa, conheço meus colegas de júri e vou com tudo. Quem sabe esse ano o vencedor não vem do meu time?”, diz à GULA.

Mesmo sendo competitivo, o chef do Lasai diz que vai torcer pelo mais qualificado.

 

"Vou trabalhar focado para que o que participante mais preparado vença, independentemente de ser do meu time ou não, e possa deslanchar na carreira."

 

Serviço:

‘Mestre do Sabor’ 3ª temporada

TV Globo – estreia dia 6 de maio (quinta-feira)

GNT – estreia dia 7 de maio.

 

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REABERTURA EM SP:

 

MANIFESTO PEDE FLEXIBILIZAÇÃO DOS HORÁRIOS DE RESTAURANTES

 

Maior polo gastronômico do País, São Paulo liberou a volta dos restaurantes a partir do último final de semana do mês de abril (sábado, 24.04), das 11h às 19h. Com os rígidos protocolos sanitários contra a covid-19, depois da escalada de casos e óbitos, a cidade viveu o mais longo período de lockdown desde julho do ano passado. Foram exatos 49 dias sem atendimento presencial.

A notícia não agradou plenamente o setor. Em carta ao governador João Doria, a seccional estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (@abraselsp) criticou as restrições dessa nova fase. Os principais alvos são limitação do atendimento de clientes a 25% da capacidade do estabelecimento e, principalmente, o horário determinado para o funcionamento, das 11h às 19h. Também há reclamações com a falta de isonomia com as condições de outros segmentos comerciais.

 

As reivindicações principais são ampliar as condições de flexibilização. A Abrasel-SP estima que 20% dos restaurantes da capital vão preferir não abrir nesta fase, devido a limitação de ocupação de 25%, principalmente os de pequeno porte, que o permitido pode significar somente a disponibilidade de até três mesas, ou seja, não justifica os investimentos necessários para a abertura, como insumos e mão de obra extra”, argumentou a entidade em nota divulgada na véspera da reabertura.

 

“A entidade continua insistindo com o Governo de São Paulo que os restaurantes não representam perigo de contaminação. São os estabelecimentos que mais cumprem protocolos de segurança, e, com isso, poderiam ter mais flexibilidade de horário, com atendimento até às 22h, ocupação de 40%, além da liberação da abertura de bares e pizzarias”, afirmou em nota o presidente da Abrasel-SP, Joaquim Saraiva de Almeida.

 

“Na cidade de São Paulo já fecharam 12 mil estabelecimento em definitivo, e no Estado cerca de 50 mil. Nosso setor necessita de auxílio efetivo do governo urgente”, disse o presidente da Associação.

 

O setor estuda ir à Justiça.

 

PIZZARIAS: SEGMENTO SOFRE MAIS

 

As pizzarias são um dos nichos mais impactados pelas restrições. “O hábito do paulistano é de comer pizza a noite. Não se come pizza no almoço, por exemplo. Viver apenas do delivery não é o suficiente para pagar as contas”, diz à GULA João Carlos Malaguetta, sócio e filho do fundador da Venite (@pizzariavenite), a segunda pizzaria mais antiga de São Paulo, inaugurada em 1956, no bairro da Vila Mariana.

 

A piora do quadro sanitário atrapalhou os planos. "Abrimos uma nova casa em janeiro, em Moema, acreditando que 2021 as coisas seriam diferentes, mas logo na sequência veio uma nova ordem de fechamento", lamenta o empresário.

 

Segundo ele, além dos protocolos, um ponto crítico é a comissão cobrada pelas administradoras de aplicativos de delivery. "A demanda on-line aumentou. A venda no local, zerou. Parte de nossa receita migrou para os aplicativos, que mordem em média 20% do que vendemos", diz ele.

 

"Os aplicativos investiram pesado em publicidade durante a pandemia, algo que o pequeno e médio empresário não tem como concorrer. Parte dos clientes que pediam por telefone migraram para os aplicativos. Portanto, além de perder grande parte de nossa receita, estamos entregando 20% de nossa receita de clientes que já eram nossos."

 

Para superar as dificuldades, os sócios tiveram que rever custos. Negociaram com fornecedores, fizeram compras em grandes atacados contaram com a sensibilidade de dono do imóvel, que vem concedendo desconto no aluguel durante a crise.

 

"Reduzimos parte da equipe, Demos férias antecipadas para todos e focamos em vender no delivery, o necessário para manter a operação viva. Não há lucros, e os sócios têm aportado mensalmente o que podem com a esperança de que tudo isso passe", reconhece Malaguetta.

 

Dentro das portas, a Venite se vale do prestígio acumulado em mais de seis décadas e com inovações no cardápio, incluindo a nova pizza Napolitana, com um disco de 400 gramas, com massa grossa, aerada de longa fermentação, o oposto do clássico que consagrou a casa -- a massa fina crocante com um disco de 120 gramas.

 

“Estamos investindo no desenvolvimento da Napolitana, em profissionais, treinamento, receitas e equipe para poder atender também aos pedidos dos clientes que gostam da massa mais grossa, além dela viajar muito bem e ser uma ótima pedida para o delivery. Já para o salão a aposta continua sendo a nossa massa fininha. Vamos receber os clientes Venite em nossa casa e levar a nossa casa e a nossa experiência até os clientes, sempre entregando um produto de qualidade”, conclui Malaguetta.

 

Outra pizzaria paulistana que teve que se adaptar à pandemia é a Sforno (@sfornobrasil), do chef italiano Rosario Minucci. A casa, localizada no bairro do Itaim, lançou um novo menu, com opções veganas, e passou a abrir para almoço executivo. A decisão é resultado das restrições sanitárias e de uma surpreendente demanda, mesmo nessa faixa de horário, pelas redondas contemporâneas com borda alta, massa leve, bordas crocantes e sabor suave e perfumado.

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JULIA KEMPER:NOVOS LANÇAMENTOS

 

A vinícola portuguesa Julia Kemper Wines (@juliakemperwines) é um dos orgulhos da região do Dão.  Criada pela advogada lisboeta anônima, a produtora conquistou em março mais um prêmio: o de melhor vinho branco na Feira de Vinhos do Dão.

 

Fundada em 2003, Julia Kemper Wines tem como um de seus diferenciais os vinhos biológicos (orgânicos/ biodinâmicos). Um dos destaques é o vinho Elpenor, dono da Medalha de Ouro da Jápan Women´s Wine Awards 2018.

 

No Brasil, a marca é representada pela importadora Caves Santa Cruz (@cavessantacruz). 

 

A importadora está trazendo três lançamentos: Rosé DOC 2019, Julia Kemper Vinhas Selecionadas Blanc de Noir Biodinâmico DOC 2018 e Syrah By Julia Kemper Biodinâmico 2012.

 

Produzido com a uva touriga nacional, o Rosé DOC 2019 - É um rosé de vinhas que datam de 2003 em condução Royat & Guyot. Valores entre R$155,41 a R$182,84.

 

O Julia Kemper Vinhas Selecionadas Blanc de Noir Biodinâmico DOC 2018 – É feito com a casta tinta roriz (blanc de noir) com influência por um clima mediterrânico continental e marítima. Sua colheita é realizada manualmente em caixas individuais. A fermentação é lenta, com temperatura controlada até 15ºC, durante 40 dias. Tem estágio sobre borras finas com battônage ligeira. Preços entre R$152,92 a R$170,9.

 

O Syrah By Julia Kemper Biodinâmico 2012 - Passa por estágio curto em carvalho francês de 4º uso para afinamento dos taninos e micro oxigenação preservando as notas frutadas. Preços entre R$322,91 a R$379,90.

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CURTAS

 

Live – A ABE, a Associação Brasileira de Enologia (@associacaobrasileiradeenologia). vai realizar uma live dia 29, às 20h, no canal do Youtube para falar da Safra 2021. Serão sete enólogos de diferentes regiões produtoras conduzidos pelo presidente da ABE, enólogo André de Gasperin. É a primeira vez que a ABE promove este tipo de ação. A expectativa é que passa a figurar no calendário da entidade. O propósito é falar sobre performance da safra, diversidade de terroirs, entre outros aspectos. Informações: www.enologia.org.br

 

Sobremesas – Controladora da Lacta, a gigante Mondelez (mondelez_international) materializou uma parceria com a fabricante brasileira de sobremesas Mr Bey (@mrbeysobremesas). Agora, os clientes já podem pedir sobremesas com chocolates Lacta e Oreo. São seis lançamentos com sabor fiel aos originais dos chocolates e do biscoito. Pedaços de chocolate Laka e diamante negro são encontrados dentro do petit gateau. Também há opções como mousse e torta Holandesa. A novidade chega ao mercado com distribuição nacional para o varejo, atacado e food service. Preços variam de R$ 12,90 a R$ 16,90, em média, chegando a R$ 44,90, na torta holandesa.

 

Dia do Churrasco – Tradição brasileira, o sábado (24.04) é literalmente o Dia do Churrasco. O churrasqueiro José Almiro, do Churrasqueadas (@churrasqueadasoficial) – maior canal de receitas de churrasco do país nas redes sociais – ensina a preparar na churrasqueira pratos. O canal Churrasqueadas lançou recentemente um e-book gratuito com as suas 30 melhores receitas. Downloads: https://cursoschurrasqueadas.com.br

 

Não perca a próxima coluna no dia 25.05

 

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